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terça-feira, 30 de março de 2010

Tempos democráticos

Tudo começou com o oitavo lugar no Paulista de 1981, que empurrou o Corinthians para a disputa da Taça de Prata, a atual Série B, no Campeonato Brasileiro do ano seguinte. O Timão parecia no fundo do poço, sem rumo. Mas, nos bastidores, o novo diretor de futebol Adílson Monteiro Alves e os jogadores, liderados por Sócrates, Wladimir e, depois, pelo garoto Casagrande, articulavam um movimento que entraria para a história. Sua primeira vitória foi a ascensão da Taça de Prata para a de Ouro naquele mesmo ano, com o Corinthians classificando-se em um honroso quarto lugar. Tão badalada quanto criticada, a Democracia Corinthiana pregava uma maior participação dos atletas nas decisões referentes ao futebol.

E deixou um legado incontestável: o bicampeonato paulista, em 1982/83, conquistado depois de 30 anos. Em ambas as oportunidades a vítima na final foi a mesma: o São Paulo.

Aquela experiência revolucionária encerrou-se em meados d e1984, com a perda do Campeonato Brasileiro nas semifinais, para o Fluminense, e a ida de Sócrates, seu principal mentor, para a Fiorentina, da Itália. O Corinthians, porém, continuou.

Com o dinheiro da venda do Doutor, montou-se no Parque São Jorge uma equipe com um craque com passagem pela Seleção em cada posição: Carlos; Édson, Juninho, De León (uruguaio) e Wladimir; Dunga, Biro-Biro, Arturzinho e Zenon; Serginho e Casagrande. Era para ganhar tudo, mas, como acabou não ganhando nada, já na temporada seguinte o Corinthians voltava à velha política de contenção de gastos, tanto no Paulista quanto no Brasileiro.

Na segunda metade da década, muita coisa ainda iria rola. Uma fantástica reação no Paulista de 1987, do penúltimo lugar do primeiro turno ao vice-campeonato. O gol do então garoto Viola que deu o 20º título paulista, derrotando o Guarani fora de casa e na prorrogação, no ano seguinte. E principalmente a primeira conquista nacional, graças aos gols de falta de Neto, durante a vitoriosa campanha no Brasileiro de 1990. O Corinthians fechava a década classificado para tentar voos internacionais, na Libertadores de 1991.

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