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terça-feira, 30 de março de 2010

Bate o desespero

Se existe uma década que o corinthiano gostaria de esquecer é a de 1960. Afinal, foi a única, em 99 anos de história, em que o time não ganhou nenhum título importante (excetuando-se o Rio-São Paulo de 1966, esquartejado entre Timão, Botafogo, Vasco e Santos, por absoluta falta de decisão). Os anos 60 começaram com a assustadora campanha no Paulista de 1961m cujo time foi maldosamente apelidado de “Faz-me Rir”, em referência a um boleiro com este nome. E foram terminar com os fracos desempenhos no Paulista e no Torneio Roberto Gomes Pedrosa, a Taça de Prata de 1970.

Mas nem só de tristezas para os corinthianos foi feito este período. Alegrias também aconteceram, e muitas. A maior delas foi o surgimento de um jogador canhoto, hábil, de chute potente, que parecia predestinado a tirar a equipe do buraco em que se encontrava. Chamava-se Roberto Rivelino e apareceu em 1965. Outros motivos para festejar foram o entrosamento e os gols da dupla Silva e Ney, entre 1962 e 64. A conquista da Taça São Paulo, que envolveu clubes de várias divisões do Estado, em 1962. Os vice-campeonatos paulistas de 1962 (ao lado do São Paulo), 1966 e 1968. O gol de canela de Benê que despachou o São Paulo para um jogo extra perdido para o Santos e para mais um ano na fila, em 1967. Até a camisa da Seleção o Timão chegou a vestir, em um jogo com o Arsenal, em 1965.

Nada, porém, superou a queda do famigerado tabu de 11 anos sem vitórias sobre o Santos (e, por tabela, sobre Pelé), no inesquecível 6 de março de 1968. Quem viveu garante: naquela noite, os gols de Paulo Borges e Flávio a tudo redimiram. O grito maior, de “campeão”, no entanto, ainda ficaria preso na garganta da Fiel por mais nove dolorosos anos.

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