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terça-feira, 30 de março de 2010

A década (quase) perdida.



Se não fosse o título paulista de 1941, o Corinthians teria passado todos os anos 40 em branco. Foi uma campanha quase perfeita: com 16 vitórias em 20 jogos, o Timão se deu ao luxo de perder apenas um, na última rodada, para o Palestra Itália por 2 a 0. Seu ataque marcou, em média, mais de três gols por jogo, e Teleco, mais uma vez, foi o artilheiro da competição, com 26 gols.

Aquele Corinthians do início dos anos 40 tinha, ainda, o goleiro Ciro (campeão paulista pelo Santos em 1935), o zagueiro Agostinho, da Seleção Paulista, a linha média formada por Jango, Brandão e Dino e o ponta-direita Lopes, que, como Brandão, havia jogado a Copa de 1938. Na frente, o “bailarino” Servílio de Jesus fazia companhia a Teleco.

Embora seu time não fosse ruim, o Corinthians, dali para a frente, não ganhou mais nenhum título paulista. Nesse meio tempo, o Timão chegou a contar em suas fileiras com gente como Domingos da Guia, o melhor zagueiro do Brasil em todos os tempos, embora já em final de carreira. Em 1946, por exemplo, a equipe chegou a ganhar 18 de seus 20 jogos do campeonato, mas acabou perdendo os únicos dois para o São Paulo, no turno e no returno, e foi o rival quem ficou com a taça.

Se não ganhava o Paulista, o Timão faturava vários outros troféus. Como a Quinela de Ouro (espécie de embrião do Rio-São Paulo, que reuniu Palestra, São Paulo, Fla e Flu), em 1942. E a Taça Cidade de São Paulo, tradicional triangular de início de temporada entre os três primeiros colocados do ano anterior, que foi parar no Parque São Jorge nada menos que quatro vezes naquele período, em 1942, 43, 47 e 48.

Os vices também foram muitos: o Corinthians foi o segundo melhor time de São Paulo em 1942, 43, 45, 46 e 47. Até o artilheiro do ano o Corinthians sempre fazia, duas vezes com Milani (24 gols em 1942 e mais 20 em 1943) e três com Servílio (17 gols em 1945, 19 em 1946 e 20 em 1947). Só o título, que era bom, não vinha. Para acabar de vez com isso, na virada para a década de 50, promoveu-se uma renovação, que não demorou para dar certo.

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